“Filho da puta. Nem pense em me deixar. Porra, você é um viado, um idiota, um retardado, você é meu. E as brigas? Foda-se. Não me importo mais, eu brigo, eu grito, mas eu te amo. Não dá pra ficar sem você, mesmo que eu tente, mesmo que eu finja, no fundo me mata aos poucos. E se lembra? Somos almas gêmeas, somos o feminino e o masculino, quase confundidos. E eu te conheço, melhor do que ninguém, sei que é um idiota, mas é um idiota com um coração frágil, mesmo que não admita […] E eu vou cuidar de você, seu orgulhoso do caralho, mas só peço que cuide de mim também, você sabe que eu preciso, e como preciso.
    Ah, eu acho que me tornei dependente de você, e não era pra ser assim, era pra ser uma amizade saudável, entre duas pessoas normais; talvez seja esse o problema, não somos normais, nossa, nem um pouco.
    E eu as vezes me lembro de como tudo começou, e você? Era uma coisa boba, nem nos falávamos, e agora estamos aqui, feito marido e mulher, brigando e ofendendo. Mas me desculpa, eu sei que as vezes sou uma merda, mas você também é, é como eu disse: almas gêmeas.
   E não se esqueça, você é o meu anjo, mesmo sendo esse filho da puta, continua sendo meu anjo. E ah, não se esqueça também daquela nossa viagem, se lembra? Sai por aí, só com nossas coisas, passar os dias juntos… É, eu não esqueci, na verdade, acho que não esqueço nada do que você fala, é, inclusive algumas coisas que eu nem queria lembrar.
  Ei, foda-se, eu te amo, pra caralho, e mesmo que as brigas sejam uma merda, eu sei que a gente supera isso. Filho da puta, não esquece de mim.”