Menina de mil sonhos. 

Carrega dentro desta bolsa todos os sonhos que acumulou durante estes longos anos que se passaram, caminha por ai em busca de seu lugar além daquela linha que aparenta cortar o horizonte em dois; a linha que divide as duas imensisões azuis que tanto admiras: o céu e o mar. Dentro deste peito reside um coração que já fora dilacerado, mas hoje é regado a esperanças, e como os machucados que conquistava quando pequena, colocou alguns band-aids, levou alguns pontos, mas o sentiu como se ele ainda estivesse inteiro, sem um arranhão sequer. É tão pequenina, tão encantadora. Desistir nunca foi uma palavra que existisse em seu vocabulário, somente persistia e insistia. Se faz de amor, enfeita tudo ao seu redor com a beleza que encontra nos pequenos detalhes. Por muitas vezes escreveu, escreveu e escreveu até suas mãos cansarem e seus dedos darem sinais de pequenos calos a nascer, mas ela não importava, ela gostava daquela sensação, transcrevia ali um pouco dela, de sua essência - aquilo o que realmente era, não apenas aparentava - e depois ela relia, e assim ia se descobrindo um pouco mais de si. Ela é sonhadora por demais, sonha acordada, de olhos abertos, não impõe limites a si e se alguém ousa a impor, ela os ultrapassa. Vai muito além do que seus olhos podem ver e suas mãos podem tocar. Além da pele tão macia como de bebê, olhar de mulher, sorriso de menina travessa e cabelos caídos sob os ombros, existe tanta vontade de viver, conhecer este gigantesco mundo. Mas ela ainda se sentia um pássaro que fora privado de sua liberdade preso em uma gaiola. Ela também se sentia presa, limitada a três batidas de asa e tudo o que encontra pela frente são os ferros que a cercam. Isso não a intimida, de maneira alguma, pelo contrário, apenas vai acumulando força, fé e esperança. Quando esta gaiola se abrir, ela voará para longe naquele horizonte, será o pássaro mais belo e colorido a voar por estes céus. Distribuirá aos sete ventos o brilho que há tanto vem guardando para si. (Amanda Souza)